quarta-feira, 26 de maio de 2010

Jamie Cullum arrasa no Coliseu dos Recreios

Jamie Cullum subiu ao palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa. A assegurar a primeira parte do espectáculo estiveram os ingleses Sweet Billy Pilgrim, que presentearam a sala lisboeta, completamente lotada, com um concerto acústico.

Pouco passava das 22 horas quando Jamie Cullum entrou em palco a «matar» ao som de «I`m All Over It», do seu último álbum, «The Pursuit». Procurando olhar o público nos olhos e sempre com um sorriso simpático, o músico parecia até surpreso perante a plateia, que estava completamente ao rubro.
Com um visual informal - ténis, jeans, casaco e camisa (tendo depois ficado em t-shirt) - Jamie Cullum desfilou mestria, energia e uma enorme capacidade vocal e instrumental. Ao segundo tema, «Get Your Way», o músico já estava a cantar de pé em cima do piano, pelo que a baixa estatura não o impediu de brilhar.
Sentado ao piano, o músico de 31 anos atirou-se, de seguida, a «Just One Of Those Things», mais uma faixa do seu novo disco, que chegou a nº1 no iTunes em Portugal
«Obrigado! Tudo bem?», disse, esforçando-se por falar na língua de Camões. O seu ar de menino e os seus multi-talentos há muito que conquistaram os portugueses, mas, ainda assim, o músico olhava surpreendido para a plateia e prometia uma noite brilhante.
O ambiente descontraído e intimista estava criado. Estavam reunidas as condições para o cantor surpreender com um momento imprevisível em que conseguiu misturar o arrepiante «All At See» com «Poker Face», de Lady Gaga.
O tema «Please Don`t Stop The Music», «emprestado» por Rihanna, também não ficou a dever créditos ao original quando transformado por Jamie Cullum num momento de jazz memorável. A roupagem era diferente, mas o público de imediato reconheceu a música e cantou em uníssono.
Acompanhado por uma banda que não lhe ficou atrás em virtudes, o cantor apresentou também «Twentysomething». E eis que chegou um dos momentos mais inusitados, e que facilmente se transformou num dos pontos altos da noite: Jamie Cullum a fazer beatbox. Se dúvidas restavam quanto à versatilidade do músico, ele conseguiu dissipá-las com a sua criatividade, capacidade de improviso e, sobretudo, com a facilidade com que se move no jazz, no pop e até no R&B. Sem parar por um instante, o cantor percorreu o palco de lés a lés, saltou, vibrou ao som da música, cantou a cappella sem microfone e fez música com todos os lados do seu piano, não se contentando com as teclas.
Seguiu-se «What A Difference A Day Made», «Photograph», «Wheels» e «I Get A Kick», que o Coliseu parou para ouvir, hipnotizado com os malabarismos vocais de Jamie Cullum.
Pronto para outro ponto alto da noite, o músico e a sua banda desceram até à plateia para interpretar uma versão de «Cry Me A River», de Justin Timberlake.
Já com o público de pé e junto ao palco, surge mais uma música do novo disco: «Mixtape». O concerto estava na recta final, mas o público queria mais. E foi então que num momento de rara magia e cumplicidade, Jamie Cullum finalizou o espectáculo com «Wind Cries Mary», de Jimi Hendrix, e «Gran Torino».
Conforme previsto, o cantor foi o grande protagonista de um concerto frenético de cerca de duas horas. O Coliseu ficou, certamente, rendido ao talento do multi-facetado Jamie Cullum, que voltou a mostrar por que razão é considerado um dos mais promissores músicos da actualidade.


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